O estado crítico de parte da malha viária da Serra Gaúcha, intensificado pelas enchentes de 2024, continua dificultando o deslocamento de pessoas e mercadorias em diversas cidades da região. Diante da lenta recuperação da BR-470, que ainda opera com bloqueios noturnos e pare e siga durante o dia no trecho entre Veranópolis e Bento Gonçalves, lideranças municipais têm se mobilizado para buscar soluções alternativas.
Com o apoio do COREDE Serra, prefeitos de municípios afetados vêm articulando a inclusão de obras prioritárias no Fundo do Plano Rio Grande (FUNRIGS), que reúne recursos voltados à reconstrução de áreas impactadas por eventos climáticos. A principal demanda é pela conclusão da RS-437, que liga Vila Flores a Antônio Prado, além da construção de pontes, melhorias em acessos e modernização de trechos que passaram a receber tráfego acima da capacidade.
Segundo os gestores, rotas como as RS-355 e RS-359, utilizadas como alternativa à BR-470, estão sobrecarregadas e correm o risco de deterioração. O temor é que, sem intervenções rápidas, essas vias acabem comprometidas antes da conclusão das obras na BR-470, estimadas para durar mais dois ou três anos.
Além dos desafios logísticos, os prefeitos também apontam o agravamento de problemas na área da saúde. A demora no acesso a serviços de média e alta complexidade tem levado muitos pacientes a recorrer à Justiça, o que resulta no bloqueio de recursos dos municípios para custear atendimentos que deveriam ser responsabilidade do Estado. Em alguns casos, metade dos valores destinados à saúde municipal está sendo absorvida por decisões judiciais.
Diante desse cenário, o COREDE Serra reforça a importância de investimentos estratégicos e da definição clara de responsabilidades entre os entes federativos. A região demanda ações urgentes que garantam mobilidade, acesso a serviços essenciais e condições adequadas para o desenvolvimento sustentável.
📌 Matéria baseada em conteúdo produzido pela Exata Comunicação e veiculado no Jornal do Almoço (RBS TV).